Campanha de conscientização contra a mão de obra escrava

Campanha de conscientização contra a mão de obra escrava

Você sabe me dizer qual é a procedência das roupas que você compra? Sabem onde são produzidas e por quem?

No momento da compra os consumidores buscam comprar produtos com atributos das seguintes características: bom, bonito e barato, não é verdade?  Será possível achar produtos com todos estes atributos?

A  Fashion Revolution foi às ruas de Berlim, na Alemanha, e lançou uma campanha de experimento social que fez muitas pessoas repensarem em seus comportamentos no momento da compra.

A Fashion Revolution, a ong que tem como objetivo ajudar a tornar a moda uma força para o bem , conscientizando a sociedade sobre o verdadeiro custo da moda e seu impacto em todas as fases do processo de produção e do consumo, lançou uma campanha com uma ideia simples que viralizou na internet.

Foi colocada uma máquina de vending machine num ponto onde há uma grande circulação de pessoas em Berlim, ofertando camisas por apenas 2 euros.

Porem, não houve uma grande quantidade de vendas, pelo contrário ninguém quis comprar as camisas daquela máquina, porque antes de concluir a compra, a máquina mostrava que por trás de uma camisa com um preço muito abaixo do mercado, escondia o trabalho de mão de obra escrava de crianças e adolescentes, que geralmente trabalhavam de doze a dezesseis horas por dia para ganhar R$ 0,13 centavos de euros por hora.

“Você ainda quer comprar esta camisa por 2 euros?” mostrava a máquina depois de apresentar os informativos citados acima, onde você tinha duas opções, ou comprava a camisa ou doava o dinheiro. (Vejam o vídeo da campanha no final do artigo).

Não há dúvidas que eficiência produtiva existe, mas é de suspeitar quando o preço de determinado produto é ofertado por 60% a 70% abaixo do preço do mercado.

Geralmente estes produtos não são ofertados para consumidores finais, pois eles costumam usar o preço como parâmetro de qualidade. Um exemplo disso: Se colocarmos duas camisas idênticas – lisas, brancas e sem marcas – a disposição do consumidor, uma com preço de R$ 25,00 reais e a outra com preço de R$ 40,00 reais, a tendência do consumidor é levar a camisa mais cara por acreditar ter melhor qualidade, no marketing esta técnica é chamada de preço psicológico.

Os compradores dessas camisas baratas são lojas de varejo do segmento de vestuário, que compram essas mercadorias – onde muito das vezes tem procedência de mão de obra escrava – para revender para os consumidores finais com margens de lucros exorbitantes.

No final do ano passado (2014) a Renner foi acusada junto com as confecções Kabriolli Indústria e Comércio de Roupas e a Indústria Têxtil Betilha, – empresas da cadeia produtiva da loja – por dumping social, quando uma empresa obtém vantagem financeira por meio da desvalorização da mão de obra para obtenção de lucro.

O Ministério Público do Trabalho investigou e puniu as empresas envolvidas. A Renner  recebeu 30 atuações no valor de R$ 2 milhões e as confecções foram obrigadas a desembolsar  R$ 1 milhão de reais para pagamento de rescisão salarial  e de danos morais individuais aos trabalhadores, que por sinal eram estrangeiros de origem boliviana.

Outro exemplo, mas agora voltado para mercado de pedras preciosas, é do filme Diamante de Sangue dirigido por Edward Zwick, estrelado por Leonardo DiCaprio, tendo como pano de fundo o regime de escravidão e a miséria encontrada em Serra Leoa durante a Guerra Civil, contando sobre o contrabando ilegal de diamantes, que empresas norte americanas comercializavam.

O fato é até que ponto os consumidores e a sociedade em si estão dispostas a chegar para comprarem produtos mais baratos? Quantos de nós sabemos a procedência dos produtos que compramos?

Tags

Comportamento do consumidor Fashion Revolution Mão de obra escrava Marketing social

Bruno Castro

Bruno Castro

Bruno Castro, 24 anos.FIA Business School ( FIA-USP) Administração e NegóciosBacharel Marketing - Universidade Anhembi Morumbi

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